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Panorama da dengue no município é apresentado à Comissão de Saúde da Câmara

Informações foram repassadas pelo secretário Vitor Santos durante reunião do colegiado

Data de publicação: 22/03/2024 10:00 | Categoria: Institucional | Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira


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    Para buscar atualização sobre os dados da dengue no município, a Comissão de Saúde da Câmara recebeu, na manhã desta quinta-feira 21 de março, o secretário Municipal de Saúde, Vitor Santos. Outra pauta tratada durante a reunião foi a ampliação das vagas de tratamento para hemodiálise na Santa Casa de Limeira, anunciada recentemente.

    Participaram da reunião, além dos membros da Comissão de Saúde, os vereadores Dr. Júlio (União Brasil), presidente; Jorge de Freitas (PSD), vice-presidente; e Terezinha da Santa Casa (PL), secretária; o secretário Vítor Santos e o assessor executivo da Secretaria Municipal de Saúde, Alexandre Ferrari. O vereador Betinho Neves (PV) também acompanhou os trabalhos.

    A reunião foi transmitida ao vivo pelos canais de comunicação da Casa e podem ser conferidos na íntegra neste link.

    Dengue

    Iniciando a reunião, Dr. Júlio traçou o cenário do município em relação ao mato alto, chuva e calor, que são propícios para a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, e pediu que o secretário falasse sobre as ações para a prevenção da doença.

    Vitor Santos explicou que a dengue é uma enfermidade conhecida, que circula no país há mais de três décadas e que o controle do mosquito não depende apenas do poder público, mas precisa do comprometimento e da ação da população. Esclareceu que o desenvolvimento das larvas acontece também em pequenas quantidades de água, tanto limpa como suja, e que havendo o empenho de todos é possível diminuir a proliferação do mosquito. “Diminuindo o vetor, diminui a propagação da doença”, destacou.

    Cenário da cidade

    Segundo informações do secretário, foram feitas 2.858 notificações da dengue na cidade. Até o momento há 718 casos; 793 casos descartados, resultando em cerca de 47% de positividade para a doença. Há ainda 1.347 casos em aberto, aguardando resultados laboratoriais; e dois óbitos, nos dois casos os pacientes possuíam comorbidades.  

    Diante dos dados, informou o titular da pasta da Saúde, foi feita a recomendação ao prefeito Mario Botion para acompanhar o Decreto Estadual Nº 68.368/2024 e colocar a cidade, assim como o estado, em situação de emergência. Conforme elucidou Vitor Santos, a adesão propicia maior velocidade na contratação de insumos e médicos, por exemplo, sem a necessidade de licitação. “Mas isso não tira a obrigação de seguir as recomendações do Tribunal de Contas do Estado”, pontuou. 

    Ações

    O secretário relatou os esforços que a pasta tem empreendido para o controle da doença, como a criação de um grupo técnico que envolve empresas de saúde e diretores de hospitais; contratação de médicos para as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs); o controle diário das notificações de casos de dengue, para traçar o planejamento das ações a serem realizadas na cidade e aumentar as equipes de atendimento, se for necessário; a participação do Exército visitando casas e orientando a população, ação que também é realizada pelos agentes da Prefeitura, objetivando o aumento de informações de casa a casa; e o bloqueio da proliferação do mosquito por meio de nebulização costal, na qual agentes da Prefeitura fazem a pulverização da quadra na qual foi identificado caso positivo para a dengue. 

    Sobre a possibilidade de uso do mosquito transgênico, Vitor esclareceu que não há evidências que comprovem a eficácia do método, para o qual o investimento é alto, segundo ele. Quanto à pulverização da cidade inteira, por meio de caminhão, o secretário disse que a tática usada no passado não é mais recomendada, uma vez que o veneno utilizado não mata apenas o mosquito da dengue, mas também insetos polinizadores, como abelhas e até pássaros, além de poder contaminar a água dos animais domésticos.

    Vacina

    Segundo o secretário, a vacina contra a dengue é uma das melhores formas de prevenção da doença, no entanto, ela foi comprada em pequena quantidade e não foi distribuída para todos os municípios. Atualmente ela é disponibilizada para crianças e, devido a baixa adesão à campanha de vacinação, a Secretaria está avaliando a possibilidade de disponibilização para outros grupos. Ele também mencionou que a vacina ainda não é recomendada para idosos porque não houve pesquisa com essa faixa etária. 

    “A vacina é uma perspectiva para o futuro. Acredito na ciência e na evolução do processo de vacinação e será futuramente uma forma de controlar as doenças porque teremos a oportunidade de fazer com que o indivíduo adquira imunidade para que ele próprio se proteja desse vírus transmitido pelo mosquito”, afirmou.

    Etapas da dengue

    Consoante explicou Vítor Santos, a dengue se manifesta em duas etapas, nos quatro primeiros dias ocorre a viremia, na qual o vírus se multiplica no organismo, e é quando acontecem os sintomas, como febre, dor no corpo, dor de cabeça, manchas avermelhadas na pele. “Nessa fase é muito importante que o paciente seja acolhido em um dos serviços de urgência”, afirmou. O secretário também sinalizou que nesse atendimento o paciente deve ser orientado quanto aos antitérmicos, que não deve usar aspirina ou corticoides e sobre a importância da hidratação, porque a desidratação e perda de líquidos pode levar ao agravamento da doença, afetando órgãos como rim e coração, por exemplo.

    “É preciso que a população se conscientize de que essa doença é avassaladora. O vírus quer sobreviver, ele vai se reproduzir rapidamente e depois do quarto ou quinto dia ele começa a atuar no endotélio, que é a camada interna dos vasos sanguíneos, e vai criando uma série de perfurações. O sangue extravasa dos vasos para dentro do tecido, o sangue fica menos líquido e diminui a velocidade dele de chegada nos órgãos nobres. Ele pode dar alteração sensorial, porque chega com dificuldade no cérebro, alteração na função renal entre outros. Então é fundamental a hidratação, porque se o sangue estiver recebendo líquido ele vai poder circular de forma adequada”, explicou.

    Ele também falou que a Secretaria de Saúde orientou os hospitais a pedir um hemograma quando o paciente procura atendimento após o quarto ou quinto dia, porque por meio dele é possível sinalizar se houve transição entre a fase inicial e a fase grave.

    Tendência

    Segundo Vítor Santos a tendência é de que haja crescimento de contaminação nos próximos dias e que depois da troca de estação comece a cair. “Temos ainda pelo menos 45 dias pela frente dessa guerra, esperamos que com a modificação da estação haja diminuição”. 

    Prevenção

    “Nesse momento é importante que a população se conscientize de que é necessário fazer um esforço maior. Dez minutos por semana são suficientes para olhar a calha, olhar o ralo do banheiro, olhar o vasinho onde estão as plantas e eventualmente ver se tem uma garrafa de boca para cima”, reforçou o secretário, esclarecendo que o ciclo de desenvolvimento do mosquito é de uma semana, por isso a necessidade de fazer as verificações semanalmente.

    Vítor ressaltou que todos precisam fazer a sua parte. “O mosquito está dentro das casas. Posso até cortar o mato, passar um fumacê, mas o mosquito está dentro das casas, tá no pratinho da samambaia, tá na garrafinha do quintal, tá no potinho que largaram no canto, no ralo, na água do cachorro”, disse, reforçando que todos têm responsabilidade com a doença. 

    Vagas para hemodiálise

    O secretário também apresentou informações sobre a ampliação de atendimento de hemodiálise na Santa Casa de Limeira, que, segundo ele, foi possível por meio de um esforço conjunto entre a Secretaria de Saúde, o hospital e a Comissão de Saúde da Câmara. A ampliação, de acordo com ele, proporcionou a transferência de cerca de 25 pacientes de Limeira, que fazem tratamento fora da cidade, para serem atendidos pela Santa Casa. O aumento do número de atendimentos foi possível por meio de investimentos da Santa Casa e da Prefeitura. 

    Comissão

    A Comissão de Saúde, Lazer, Esporte e Turismo é responsável por apurar denúncias e fiscalizar ações que tratem do Sistema Único de Saúde (SUS) e seguridade social, vigilância sanitária, epidemiológica e nutricional; segurança e saúde do trabalhador e turismo, bem como de programas esportivos, recreativos e de lazer voltados à cidade de Limeira.  

    Fazem parte do colegiado os vereadores Dr. Júlio (União Brasil), presidente; Jorge de Freitas (PSD), vice-presidente; e Terezinha da Santa Casa (PL), secretária. As reuniões acontecem às quintas-feiras, a partir das 10h30 e todas as deliberações são registradas em ata.