• Inicio
  • Notícias
  • Polinizadores: ação humana é principal ameaça às abelhas; preservação é essencial para a segurança alimentar

Polinizadores: ação humana é principal ameaça às abelhas; preservação é essencial para a segurança alimentar

Comissão de Meio Ambiente dá início a campanha de conscientização sobre o tema

Data de publicação: 10/11/2025 09:11 | Categoria: Institucional | Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira


Polinizadores: ação humana é principal ameaça às abelhas; preservação é essencial para a segurança alimentar
Polinizadores: ação humana é principal ameaça às abelhas; preservação é essencial para a segurança alimentar

A pedido da Comissão de Meio Ambiente, a Câmara Municipal de Limeira inicia nesta semana uma campanha de conscientização sobre a importância dos polinizadores para o equilíbrio do ecossistema, para a agricultura e para a vida humana. O objetivo é orientar a população sobre os prejuízos causados pela escassez destes animais, em especial as abelhas, e como preservá-los para garantir alimentos, renda, saúde, equilíbrio ambiental e futuro sustentável.

De acordo com dados do Relatório de Avaliação sobre Polinizadores, Polinização e Produção de Alimentos (2016) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), mais de 75% das principais culturas alimentares do mundo dependem de polinizadores como abelhas, zangões, borboletas, mariposas, pássaros, morcegos e outras espécies.

Por outro lado, apesar da sobrevivência da humanidade depender do trabalho destes animais, a própria ação do homem os coloca em risco. Conforme o Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais da Universidade de Campinas (Nepam), as mudanças climáticas, o desmatamento, a urbanização e o uso de agrotóxicos são os principais causadores do declínio dos polinizadores em todo o mundo. 

Para proteger os polinizadores e a própria humanidade, todos podem colaborar, cultivando jardins com flores nativas, evitando o uso de pesticidas e fazendo o manejo correto e seguro de colmeias, quando encontradas em locais indesejados.

Campanha

A ideia da campanha de conscientização sobre os polinizadores surgiu a partir de uma reunião entre a Comissão de Meio Ambiente e o munícipe Rafael Fernando Antônio, no dia 17 de outubro, na qual o cidadão relatou um problema enfrentado por ele ao encontrar uma colméia de abelhas em frente à casa da mãe e as dificuldades enfrentadas para realizar o manejo dos insetos. 

As informações a seguir foram adaptadas a partir do Manual de Boas Práticas Agrícolas, produzido pelo projeto “Conservação e Manejo dos Polinizadores para uma Agricultura Sustentável, através de uma Abordagem Ecossistêmica”, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), com apoio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio).

Quem são os polinizadores

Os polinizadores mais eficientes e numerosos da natureza são as abelhas, mas vespas, besouros, moscas, borboletas e mariposas, bem como beija-flores e morcegos também realizam o trabalho de polinização de flores e plantas diversas. Estes animais são responsáveis pela segurança alimentar, uma vez que a polinização animal é necessária para a reprodução de grande parte das plantas cultivadas que geram frutas, sementes e óleos. 

Eles também são responsáveis pelo aumento da produtividade e pela qualidade das culturas, já que a presença de abelhas aumenta o tamanho, peso, forma e durabilidade dos frutos e sementes. Além disso, os polinizadores permitem a reprodução de plantas silvestres, o que propicia um meio ambiente saudável e alimento para a fauna.

As abelhas estão sumindo

Um dos apontamentos feitos durante a reunião da Comissão de Meio Ambiente pelos participantes foi em relação à redução de abelhas na cidade, em especial a mamangava (Bombus Terrestris), abelha geralmente de cor negra que mede aproximadamente três centímetros, polinizadora natural do maracujá, devido a estrutura corporal. Ela é a única capaz de polinizar as flores grandes da planta e, segundo eles, é um inseto difícil de encontrar em muitos locais, obrigando agricultores a fazer a polinização manual.

Os principais motivos do declínio das abelhas, de acordo com o Manual, são causados pela ação do homem, seja por meio da urbanização, que diminui o habitat natural dos insetos e reduz os recursos florais, ou pelo uso de pesticidas, que afeta a navegação, a reprodução, a imunidade e a sobrevivência destes polinizadores. Da mesma forma, as mudanças climáticas, que alteram os ciclos de vida das plantas, a distribuição de insetos e causam estresse térmico, e a introdução de espécies invasoras e o manejo inadequado também colocam as abelhas em risco.

O que acontece se as abelhas sumirem

Redução da produção agrícola e perda da qualidade dos alimentos; perdas econômicas para produtores, causadas pela queda na receita e pelo aumento de custos para realizar a polinização artificial; risco à segurança nutricional, devido à diminuição da disponibilidade de alimentos; declínio da biodiversidade em razão da redução da reprodução de plantas, afetando também a fauna; e impactos sociais na agricultura familiar e comunidades rurais que dependem de culturas polinizadas. Esses são os principais riscos que a sociedade enfrenta com o agravamento da escassez de polinizadores.

Como contribuir com a preservação dos polinizadores

Agricultores e proprietários de terras podem colaborar com a preservação das abelhas e dos polinizadores de maneira geral, mantendo faixas com flora nativa, fazendo refúgios florais; reduzindo o uso de pesticidas, evitando aplicações sistêmicas durante as floradas e usando produtos menos tóxicos, aplicando-os fora dos horários de atividade das abelhas; promovendo o cultivo e restituição de plantas nativas e melíferas para fornecer néctar e pólen ao longo do ano; e fazer o manejo de colmeias e a promoção de abelhas nativas locais, por meio da apicultura sustentável.

A população também pode fazer sua parte na preservação destes animais. Basta plantar flores nativas e evitar jardins só com espécies exóticas; evitar o uso de agrotóxicos; oferecer abrigos, como pedaços de madeira, fonte segura para alimentação e nidificação (processo de construir ou preparar um ninho para colocar e cuidar dos ovos ou filhotes); e apoiar mercados locais e produtos de apicultura sustentável.

E caso encontre um enxame ou colmeia em um local indesejado, não tente destruí-los. Em vez disso, contate apicultores locais ou órgãos ambientais especializados para a remoção segura.

Registrado em: Campanha Polinizadores