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Comissão de Obras e Forty debatem suspensão de serviços essenciais de zeladoria em Limeira

Secretários municipais não comparecem à reunião; ausência prejudica o andamento dos trabalhos dos vereadores presentes, segundo o colegiado   

Data de publicação: 23/10/2025 18:40 | Categoria: Institucional | Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira


  • Comissão de Obras e Forty debatem suspensão de serviços essenciais de zeladoria em Limeira

    Comissão de Obras e Forty debatem suspensão de serviços essenciais de zeladoria em Limeira

  • Walter Filho fala sobre serviços que deixaram de ser realizados pela Forty este ano

    Walter Filho fala sobre serviços que deixaram de ser realizados pela Forty este ano

    Para buscar informações sobre a interrupção dos serviços de zeladoria na cidade, a Comissão de Obras da Câmara ouviu o diretor da Forty, Walter Jorge Paulo Filho, nesta quinta-feira, 23 de outubro. Nenhum representante das secretarias municipais convidadas previamente pelo colegiado compareceu à reunião para prestar esclarecimentos sobre o tema; por meio de ofícios, justificaram conflito de agenda. O representante do consórcio Limpa Limeira também não compareceu. 

    Estavam presentes os membros da Comissão, Helder do Táxi (PSD), presidente; Marcio do Estacionamento (DC), vice-presidente e João Bano (Solidariedade), secretário; bem como o diretor presidente da Forty. O presidente da Câmara, Everton Ferreira (PSD), e os vereadores Waguinho da Santa Luzia (PP), Elias Barbosa (PRTB), Tatiane Lopes (Avante), Bruna Magalhães (PRTB), Estevão Nogueira (Avante) acompanharam os trabalhos.   

    A reunião foi transmitida nos canais de comunicação da Câmara e pode ser revista neste link

    Serviços suspensos

    Poda de árvore, gestão dos ecopontos, a manutenção das redes de drenagem, limpeza de caixa d’água em escolas municipais, desinfecção de pragas em unidades de saúde. Esses são alguns dos serviços que eram realizados pela Forty e estão suspensos, segundo Walter Filho. 

    O diretor alertou para os riscos decorrentes da suspensão de serviços como limpeza de caixas d’água em unidades escolares ou controle de pragas, os riscos à saúde pública, como a proliferação de ratos, escorpiões e formigas. Mencionou ainda os alagamentos e as possíveis quedas de árvores na cidade, ressaltando a importância da poda e manutenção dos sistemas de drenagem, como forma de evitar acidentes.  

    O diretor da Forty informou que atualmente estão mantidos os contratos referentes ao cemitério e a conservação e fornecimento de água para assentamentos.  

    Contexto 

    Durante o debate, o representante da Forty contextualizou o motivo de a empresa e a Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) ajuizarem Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) contra os decretos da Prefeitura (Nº 9/2025) e Nº 24/2025), que declararam emergência financeira e, consequentemente, estabeleceram a quebra de cronologia dos pagamentos do contrato devido à situação de emergência financeira do município. 

    Ele destacou que a empresa não aderiu aos novos decretos, pois haveria deságio contratual de até 65% e penalização financeira. Walter afirmou que há tratativas com o Departamento Jurídico da Prefeitura em relação ao parcelamento dos débitos, com o objetivo de regularizar os pagamentos e retomar os serviços essenciais na cidade, que estão suspensos na maior parte deles. 

    A Forty alegou que, apesar de ter mantido os serviços na totalidade mesmo com a interrupção dos pagamentos a partir de julho de 2024, o cenário se tornou insustentável após dezembro, resultando em medidas como férias coletivas e, posteriormente, na suspensão da maioria dos serviços após a recusa em aderir aos termos de parcelamento propostos pela Prefeitura. 

    Inadimplência

    Sobre a questão da inadimplência da Prefeitura desde 2024, o vereador Márcio do Estacionamento questionou sobre o motivo de o diretor da Forty não ter tornado público ou levado a situação à Câmara antes. Walter respondeu que os pagamentos pelos serviços começaram a atrasar a partir de 25 de julho do ano passado, mas conforme lei de licitações e de contratos, o órgão público só é considerado inadimplente após decorridos 90 dias, por tanto a partir de 25 de outubro.

    “Por força de lei, a empresa só pode adotar alguma medida depois de três meses de inadimplência. Até 25 de outubro, a lei entende como normal essa situação. Seguimos trabalhando, fazendo todo o serviço, procurando a administração de forma amigável para chegar a um denominador comum. Havia uma expectativa de que o Governo do Estado iria antecipar uma receita do ICMS, o que não ocorreu. Mas existia a expectativa de uma arrecadação que, se não fosse sanar toda a dívida, uma boa parte nossa seria paga", descreveu.

    Ele relatou que a administração suspendeu as ordens de serviço como forma de coagir a empresa a assinar um acordo de parcelamento de dívida. A Forty não aderiu ao acordo por considerar os valores propostos muito aquém do valor razoável de mercado, o que inviabilizaria o uso de equipamentos, custeio da mão de obra e a manutenção da qualidade dos serviços. 

    Planilha de custos  

    A vereadora Bruna Magalhães perguntou sobre como são definidos os custos e as condições de execução dos serviços como a remoção e poda de árvores. Ela citou que o valor de uma árvore pode custar entre R$ 145 reais a R$ 218 a hora e considerou importante entender se não haveria uma média.  “Existem árvores de até seis metros de altura que não precisam de cesto aéreo e existem árvores com 20 metros de altura, que às vezes existe a necessidade de poda para depois removê-la com o cesto, e algumas que precisam do munck”, contextualizou. 

    Ele respondeu que cada serviço tem uma peculiaridade de acordo com a dimensão e tipo de árvore, sendo necessária em alguns casos a utilização do caminhão munck, por exemplo.  Segundo Walter, em razão da complexidade de cada demanda, não é possível definir uma média de custo. “Se você falar para removermos árvores de um lado da rua com fiação elétrica, eu tenho que ter muito mais cuidado, é um serviço mais lento e que demanda muito mais tempo por conta da segurança que precisamos ter. Nós não escolhemos as árvores para remover, nós recebemos um requerimento sobre o local que precisam de remoção das árvores”, disse. 

    Caminhão-pipa 

    Um dos serviços mantidos pela Forty é o transporte de água potável ao assentamento ao Assentamento Elizabeth Teixeira, por meio de caminhão-pipa. Tatiane Lopes perguntou sobre o contrato e condições estabelecidas. A resposta foi que o serviço é prestado em atendimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público. Walter Filho explicou que o trabalho é realizado com transparência e responsabilidade, citando rastreamento via GPS, e que todo trabalho é fiscalizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e Ministério Público. 

    Ausência da Prefeitura

    Por meio de ofícios, as secretarias convidadas (Obras e Serviços públicos, Meio Ambiente e Saneamento, Agronegócios e Áreas Rurais) justificaram a ausência na reunião por motivo de conflito de agenda e compromisso anterior com atividade externa.    

    A Comissão deliberou solicitar novamente a presença dos representantes da Prefeitura para a reunião do dia 6 de novembro, às 13h30, com objetivo de  buscar esclarecimentos e informações atualizadas sobre os serviços que estão suspensos, a previsão de retomada das atividades e as medidas alternativas adotadas nesse período.  

    O presidente da Comissão, Helder do Táxi, criticou a ausência dos secretário e considerou isso um "desrespeito com a população", uma vez que o colegiado representa os mais de 300 mil habitantes de Limeira e tem entre as competências fiscalizar as ações do Executivo e garantir o diálogo com os munícipes.

    Registrado em: obras; fiscalização