Serviço de transporte de pacientes é oferecido para atendimento dentro e fora do município
O funcionamento da Central de Ambulância do município foi pautado na reunião da Comissão de Saúde da Câmara desta quinta-feira, 8 de maio. Representantes da Secretaria de Saúde explicaram a logística do transporte e pontuaram que abusos de pacientes e acompanhantes muitas vezes prejudicam o serviço.
Participaram da reunião, além dos membros da Comissão, os vereadores Dr. Marcelo Rossi (MDB), presidente; e Zé da Farmácia (Solidariedade), vice-presidente; os representantes da Secretaria de Saúde, a secretária Maria Helena Chen, o assessor executivo Alexandre Ferrari, a diretora de Urgência e Emergência Thaís Helene de Souza Guedes, e o coordenador da Central de Ambulância Ângelo Antônio Wellington. O presidente da Câmara, Everton Ferreira (PSD), e o vereador Waguinho da Santa Luzia também acompanharam os trabalhos.
Para atender a demanda de representantes de transplantados apresentada ao colegiado na reunião do dia 10 de abril, os vereadores buscaram compreender o processo de acompanhamento dos pacientes em relação ao serviço da Central de Ambulância.
Segundo o coordenador, a Central de Ambulância transporta em média 200 pacientes por dia. Em 2024 foram realizadas 5.148 viagens para outras cidades, atendendo 19.407 passageiros; dentro da cidade foram realizados 5.148 transportes, atendendo 27.563 pacientes, totalizando 46.970 pacientes transportados.
Como funciona
O coordenador da Central de Ambulâncias explicou que o serviço de transporte de pacientes é feito de duas formas: dentro da cidade, para pacientes que precisam de consulta médica e estão impossibilitados ou parcialmente impossibilitados de se locomover, e fora da cidade, para qualquer munícipe que precise de atendimento médico em outra cidade, independentemente de renda ou estado de saúde.
Para os atendimentos fora da cidade, Ângelo disse que é necessário que o munícipe faça o agendamento presencialmente, com pelo menos 72h de antecedência, para tanto ele deverá levar documentos pessoais e um comprovante de que realizará consulta ou exame fora da cidade, bem como o tipo de transporte de que vai necessitar, uma vez que pacientes com doenças contagiosas ou mesmo imunossuprimidos precisam de transporte isolado e demais pacientes podem ser transportados de forma coletiva. Sobre o agendamento, ele ainda informou que a Secretaria estuda a possibilidade de utilizar outras ferramentas para melhorar o atendimento à população.
Logística
De acordo com o coordenador, a logística de como se dará o transporte dos passageiros começa com alguns dias de antecedência, bem como o contato com os pacientes para informar horário e local de embarque, que acontece pelo menos um dia antes da viagem. Para pacientes de modo geral, informou, dependendo da cidade para onde ele vai, há diversos pontos de embarque pelo município, devido à alta demanda pelo serviço e o número de ambulâncias restrito, para os que têm condições especiais de mobilidade, o embarque é feito na casa do paciente.
O horário de saída e de retorno para Limeira é estabelecido de acordo com o horário da primeira consulta agendada e do atendimento do último paciente. Segundo Ângelo, a espera para retornar à cidade costuma ser uma das principais reclamações dos munícipes. “Entendemos que é cansativo, mas hoje é o que podemos atender devido à demanda”, pontuou o coordenador.
Quanto aos pacientes a serem atendidos na Unicamp, disse que há dois horários de saída e de retorno, um no período da manhã e outro no período da tarde. Caso algum paciente termine de ser atendido após as 17h, último horário de retorno, ele faz contato com a Central de Ambulância e um motorista do período da noite vai buscá-lo.
Urgência e emergência
Ângelo informou que o serviço de urgência e emergência não é prestado pela Central de Ambulância. Para esses casos é necessário entrar em contato com o Samu, que levará o paciente ao hospital mais próximo e o médico determinará a necessidade ou não dele ser transportado para outro município.
Ele explicou que alguns pacientes atendidos fora do município recebem orientação dos médicos para procurá-los, se necessário, no entanto, citando como exemplo um paciente cardíaco, se ele sofrer um infarto. “Até ser transportado para a cidade onde ele é atendido, ele não sobreviveria. Por isso a necessidade do encaminhamento primeiro a um hospital ou um atendimento de emergência mais próximo”, reforçou.
Hemodiálise
Para os pacientes que fazem hemodiálise, Ângelo informou que todos são atendidos individualmente pelo transporte do município, com embarque na residência do paciente e em horário que permita que ele chegue com pelo menos 30 minutos de antecedência do horário agendado, o retorno para Limeira é imediato após o atendimento.
Dentro do município há uma empresa terceirizada que faz o transporte para os pacientes de hemodiálise até a Santa Casa. São 98 pacientes por semana, com embarque e desembarque na casa do paciente, de forma individual, independente da condição clínica.
Abusos
O coordenador também relatou que no passado houve casos de abuso por parte de acompanhantes e até mesmo pacientes, que faziam uso do transporte para fora da cidade de forma indevida, sem ser para consultas. Relatou casos de acompanhantes que enquanto os pacientes estavam sendo atendidos, iam fazer compras na rua 25 de Março ou no Brás e voltavam com sacolas. Isso prejudica o atendimento, segundo ele, e foi um dos motivos que fizeram com que a Central de Ambulância passasse a pedir um comprovante de agendamento de consulta, exame ou procedimento médico.
Frota e pessoal
De acordo com Ângelo, a Central de Ambulância possui hoje 36 veículos, dos quais 11 são ambulâncias, e 32 motoristas. Devido à alta demanda, o coordenador disse que seria necessário ampliar o quadro, contratando pelo menos mais 10 servidores.
Alexandre Ferrari destacou que a Secretaria está fazendo uma intervenção na Central de Ambulâncias, substituindo, conforme possível, os condutores de veículos pesados por motoristas socorristas. No entanto, disse que todos os aprovados no concurso anterior já foram chamados e para concluir o processo será necessário abrir novo concurso. Quanto aos condutores de veículos pesados, serão reaproveitados em outras secretarias ou serviços.
Dentro do município
Segundo Ângelo, o primeiro agendamento de transporte para atendimento dentro do município é feito presencialmente, para que a pessoa forneça todas as informações e necessidades para o transporte, as demais são feitas por telefone. São atendidos pelo transporte dentro do município pacientes que possuem mobilidade nula ou reduzida, de forma permanente ou por determinado período.
A Comissão
Os membros da Comissão de Saúde parabenizaram a equipe pelo serviço prestado e agradeceram pelos esclarecimentos. “As pessoas nos procuram com reclamações ou questionamentos sobre a Central de Ambulância, mas não sabem a logística que é feita para prestar esse atendimento, por isso foi importante vocês trazerem esse esclarecimento para nós”, ressaltou o presidente do colegiado, Dr. Marcelo Rossi.
A Comissão de Saúde é responsável por tratar e fiscalizar todos os assuntos relacionados a hospitais públicos e privados que atendem pacientes do SUS, bem como manifestar-se sobre assuntos ligados à vigilância sanitária, epidemiológica e nutricional, além de elaborar campanhas e ações preventivas sobre saúde e controle de epidemias.
Fazem parte do colegiado os vereadores Dr. Marcelo Rossi (MDB), presidente; Zé da Farmácia (Solidariedade), vice-presidente e Elias Barbosa (PRTB), secretário. Todas as deliberações foram registradas em ata.