Organização Mundial de Saúde alerta: número de pessoas com demência deve triplicar nas próximas três décadas
A Lei do Alzheimer, aprovada há dois anos pela Câmara Municipal de Limeira, foi divulgada na semana passada pelo seu autor, o vereador Dr. Marcelo Rossi (PSD), na Holanda, o melhor país da Europa para envelhecer, segundo ele. A legislação foi apresentada ao Ministério Holandês da Saúde, do Bem-Estar e dos Esportes.
Segundo Dr. Marcelo, que participou da Jornada Educativa em Saúde e Longevidade com recursos próprios, o objetivo foi conhecer as políticas públicas que proporcionam o envelhecimento com dignidade. “Também divulguei a nossa lei mostrando que, apesar do abismo cultural que nos separa, já temos medidas previstas que vão ao encontro da necessidade de adaptar a sociedade para o idoso”, declara.
A Lei 5.833/17 também foi apresentada à Instituição Holandesa de Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde (ZonMw), uma das maiores em investimento em inovação, com contribuição internacional em Saúde. “Na Holanda, a iniciativa privada, os centros de pesquisa e inovação e os serviços públicos somam forças em busca do mesmo objetivo: o envelhecimento independente e feliz”, declara.
Essa busca inclui, por exemplo, estudos para a produção de utensílios domésticos adaptados e estímulo ao uso de bicicletas adaptadas para passeios com idosos. Da mesma forma, a construção de um vilarejo (Hogeweyk) com características que favorecem a rotina dos pacientes com Alzheimer, promovendo a socialização e a independência com segurança. As ruas, praças, áreas de convivência e até um supermercado tem atendentes capacitados para atender esses idosos. Jogos de xadrez, damas e dominó são terapêuticos por lá, como previsto na Lei de Limeira.
O parlamentar reforça a necessidade de enfrentar os desafios decorrentes do envelhecimento da população, um fenômeno mundial que traz outro dado preocupante divulgado neste mês pela Organização Mundial de Saúde (OMS): o número de pessoas com demência deverá triplicar nas próximas três décadas, saltando de 50 milhões para 152 milhões até 2050.
Nas visitas, Dr. Marcelo ainda discorreu sobre a oficina Idoso Por Um Minuto que realiza com jovens para estimular a valorização dos idosos e conheceu alternativas de financiamentos para projetos. “Retornando para o Brasil amanhã, avaliarei todo o material obtido para viabilizar medidas, por meio de indicações, requerimentos ou projetos de lei que possam melhorar a qualidade de vida dos idosos”.
Ele explica que o idoso que não é estimulado a ser independente e não dispõe de estrutura para isso certamente adoecerá mais facilmente e demandará mais cuidados precocemente. Isso, além do reflexo emocional, impacta também no ponto de vista financeiro.
O vereador defende desde ações macro até às questões consideradas mais simples. “Nosso sistema de semáforo contempla a necessidade dos idosos? Entre os fatores técnicos analisados para a definição do tempo de passagem dos veículos e travessia dos pedestres, foi considerado o tempo dos idosos?”, exemplifica.
*Informações do Gabinete Parlamentar