Com o objetivo de aprofundar o debate sobre o abandono de animais, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável recebeu, na tarde desta quinta-feira, 25 de abril, protetores independentes da causa animal, representantes do Grupo de Proteção aos Animais Carentes (GPAC) e da Associação Limeirense de Proteção Animal (Alpa). Também foram ouvidas demandas sobre gatos no bairro Nossa Senhora das Dores e sobre a multa aplicada a uma munícipe pela Secretaria de Meio Ambiente.

O encontro foi promovido em decorrência de uma demanda apresentada à Comissão, pela munícipe Ana Paula Xavier Fiuza, que relatou casos de abandono e maus-tratos de animais em Limeira, principalmente nos bairros da zona rural. As protetoras defenderam que a medida mais assertiva para diminuir a quantidade de animais abandonados na cidade é a castração.

As protetoras apresentaram aos vereadores um levantamento sobre castração nas cidades da região. Segundo o documento, Limeira foi a cidade que realizou menos cirurgias. Em 2018, foram 647, Piracicaba vem em primeiro lugar com 5.021 castrações, seguida de Rio Claro com 4.050 e Cordeirópolis com 2.500 castrações. Amanda Stefan, protetora independente, reforçou a expressividade dos números citando que Cordeirópolis possui pouco mais de 23 mil habitantes e ainda assim tem um programa de castração mais eficaz do que Limeira, com mais de 267 mil habitantes. “O que falta em Limeira é um programa consistente de castração”, defendeu.

Tatiane Lopes, protetora independente, ressaltou que a educação, como forma de conscientização contra o abandono, é muito importante, mas disse que só funciona a longo prazo. “A curto prazo é a castração que pode amenizar o problema”.

Dr. Marcelo Rossi (PSD) sugeriu que a comissão peça à Secretaria de Meio Ambiente um levantamento orçamentário destinado à castração. Dra. Mayra Costa (Cidadania), relatora do processo administrativo formado a partir da denúncia da munícipe Ana Paula, e o vereador Wagner Barbosa (PSB), presidente da comissão, se prontificaram a fazer uma ponte entre a Prefeitura e as protetoras para buscar uma solução.

Gatos

O munícipe Márcio Groeschel fez um apelo à comissão em uma situação no Jardim Nossa Senhora das Dores. Segundo ele, há um imóvel na rua Antonio Pachoaleto onde vivem oito gatos abandonados, uma vizinha alimenta os animais, mas vizinhos a estão ameaçando para que pare de alimentá-los, porque não desejam os animais ali. Cassiana, representante da Alpa que acompanhou a reunião, se dispôs a tentar recolher os gatos.

Multa

A munícipe Rosemeire Silva também apresentou uma demanda aos vereadores. Ela recebeu uma multa de R$ 13 mil da Secretaria de Meio Ambiente por ter abandonado animais no Centro de Zoonoses da cidade. Ela explicou que ela não abandonou os animais, afirmou que recolheu cinco cachorros muito machucados e levou até o local para receberem tratamento, mas afirmou que deixou claro aos servidores do Centro de Zoonoses que não podia ficar com eles, pois não tinha condições. Segundo ela, mesmo assim a veterinária “microchipou” todos os animais no nome dela. Ela pediu aos vereadores da comissão que auxiliem na interrupção do prazo da multa até que seja apurado o caso, uma vez que ela mesma protocolou um boletim de ocorrência narrando a situação. A vereadora Lu Bogo (PR), relatora do processo administrativo criado pela demanda da munícipe, se prontificou a interceder junto à Prefeitura para conseguir a interrupção do prazo.

A Comissão Permanente de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, criada pela Resolução 745/2015, é composta pelos vereadores Wagner Barbosa (PSB), presidente, e Lu Bogo (PR), vice-presidente, além de Dra. Mayra Costa (Cidadania) secretária; Carolina Pontes (PSDB) e Erika Tank (PR), membros.