Dr. Marcelo Rossi homenageou artista acrescentando seu nome ao local
O Projeto de Lei Nº 164/2018, do vereador Dr. Marcelo Rossi (PSD), o qual perpetua o nome de Emiliano Bernardo da Silva no Teatro Vitória foi aprovado nessa segunda-feira, 10 de dezembro, pela Câmara Municipal. O objetivo da proposta é valorizar e perpetuar a contribuição do limeirense Emiliano Bernardo da Silva à cultura. “Emiliano era o dono do maior arquivo de Limeira. Homenageá-lo com seu nome no Teatro Vitória é uma maneira fiel de reconhecer seu trabalho pioneiro em uma das manifestações artísticas pela qual era apaixonado”, afirma Dr. Marcelo.
Para o vereador, a trajetória humilde de Emiliano e sua participação ativa na cultura precisam ser conhecidas pelas novas gerações e perpetuadas na memória de todos. Com seu acervo fotográfico, de vídeo, quadros, esculturas e demais trabalhos é possível conhecer vários momentos da história de Limeira, com destaque para os derbies, carnavais e eventos tradicionais, como a Festa da Laranja.
O homenageado se dedicou também ao uso inovador de técnicas artísticas e filmográficas a partir dos aparelhos, imagens e filmes, sendo uma referência na produção de vídeos. Em 1954, iniciou o Cine Foto Clube. Juntamente com outros participantes, lançou quatro salões de arte limeirenses com caráter nacional. Foi um dos percursores da fotografia colorida no Brasil.
Uma das suas paixões também era o cinema, que apreciava desde pequeno, quando ia na companhia de uma vizinha para não pagar ingresso. Na adolescência, para pagar a entrada, prestava serviços de varrição, entrega de programação ou fazia compras para a esposa do dono do cinema. Quando jovem, para ficar perto da grande tela, trabalhou como sonoplasta no Teatro da Paz.
Na biografia que consta no Caderno de Memórias (Associação Pró-Memória de Limeira), consta ainda toda a sua atuação na música e na produção do teatro. Durante os anos 50, o Nosso Clube e o Ítalo formaram os primeiros grupos de teatro amador da cidade e Emiliano integrava o grupo do Nosso Clube. Pesquisou dramaturgia, técnicas de caracterização, cenografia e se tornou diretor da equipe. Polêmico, provocou até o padre com outra escolha a frente do seu tempo: a montagem da peça “Divorcista”, de Nelson Carneiro. Logo na divulgação da estreia, a polêmica foi tanta que o tema foi inserido nos sermões, enquetes nos colégios e nas conversas não se falavam em outra coisa.
O pioneiro grupo teatral continuou e montou diversos textos. Entre eles, “Liberdade, liberdade”, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, “Zumbi” e “Morte Severina”, de João Cabral de Melo Neto, além de musicais, comédias de Pedro Bloch e as famosas montagens da história de Cristo e sua Via Sacra. Em 1960, depois de dez anos de insistência, conseguiu apresentar pela primeira vez uma procissão ao vivo, quando personagens substituíram andores no Domingo de Ramos.
Emiliano foi casado com Leylah Martensen da Silva, com quem viveu por mais de 67 anos. Teve três filhos: Emiliano, Marcia e Gisele. Faleceu em 9 de abril de 2017, aos 92 anos.
*Informações do Gabinete Parlamentar