Intervenção iniciada pela Prefeitura de Limeira em abril de 2017 ainda está em vigor
O representante da empresa de transporte JTP Transportes e Serviços, Paulo Henrique Wagner, e o representante do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Limeira (Sindttrul), Alex Aparecido de Oliveira, utilizaram a Tribuna Livre nessa segunda-feira, 22 de outubro, para discorrer sobre a intervenção municipal no transporte público. A medida foi iniciada em abril de 2017, logo após o governo firmar uma contratação emergencial com a JTP, e está se estendendo há mais de um ano.
Paulo Henrique Wagner
Paulo Henrique Wagner fez uso da Tribuna Livre para falar sobre a contratação emergencial de transporte coletivo em Limeira. Ele lembrou que a JTP foi contratada para prestar o serviço em abril de 2017, mas nunca teve a oportunidade de operar devido à intervenção do governo. “De abril de 2017 até o momento houve diversas especulações, inclusive comentários negativos dizendo que o serviço piorou depois que a empresa foi contratada, mas a gente nunca teve a oportunidade de operar”, relatou.
O orador afirmou que a companhia está esperando a ordem de serviço desde o dia em que firmou o contrato, mas logo após a contratação o governo decretou intervenção no transporte público. “O governo entendeu naquele momento que era o melhor para cidade e para manutenção dos transportes”, afirmou. No entanto, o representante da empresa acredita que a medida está levando muito tempo. “Nós já vamos para um ano e meio de intervenção. Se a gente tivesse observado que a Prefeitura conseguiu melhorar a operação, não teríamos nada a falar”.
Ele lembrou que a Câmara aprovou o subsídio como receita para a Viação Limeirense e informou que o governo está gastando mais com a intervenção do que gastaria se tivesse uma empresa contratada. Além disso, ele comentou que o prefeito de Americana (SP) declarou a precariedade da concessão do transporte público no município e fez uma contratação emergencial com a Princesa Tecelã, que iniciou os serviços após 60 dias de intervenção. “Uma operação de complexidade similar à de Limeira foi resolvida em 60 dias, enquanto aqui a situação está se arrastando há um ano e meio”, relatou.
Segundo o orador, a contratação emergencial da JTP foi feita em cima do vencimento do antigo contrato, o que causou dificuldades para a companhia se preparar e promover uma transição mais tranquila. “Eu acho que o prefeito podia ter se antecipado, se tivesse feito a contratação emergencial em janeiro. Mas foi feita aproximadamente 10 dias antes do término do contrato”, comentou. Para Wagner, o caminho que a intervenção está seguindo não é eficiente e pode gerar problemas mais graves no futuro. “A tendência é que a intervenção siga até um momento em que seja insustentável devido à falta de recursos. Dessa forma, terá uma nova emergência, que poderá se agravar quando eles não conseguirem fazer mais nada”.
Alex Aparecido de Oliveira
Já o diretor sindical Alex Aparecido de Oliveira, por sua vez, fez uso da Tribuna Livre para falar sobre a situação dos funcionários do transporte público. De acordo com o orador, a intervenção foi feita com o intuito de pagar as verbas rescisórias aos funcionários da Viação Limeirense. “A intervenção está nos pagando certinho, recolhendo o FGTS e pagando os atrasados”, afirmou.
Para Oliveira, não existe motivo para encerrar a intervenção agora. “A gente preza para receber aquilo que é nosso de direito”, relatou. “Por isso, eu peço para que vocês pensem na família de cada funcionário, que precisa do dinheiro”.