A Comissão de Saúde da Câmara recebeu a visita do secretário de Saúde de Limeira, o médico Vitor Santos, na reunião desta quinta-feira, 13 de setembro. Desde que assumiu a pasta, em julho deste ano, ele havia firmado compromisso com os vereadores de apresentar um planejamento para atender necessidades da área, como melhoria de distribuição de medicamentos e do acesso da população à rede de atendimento. O secretário falou em força tarefa, até dezembro, para conseguir normalizar a demanda de exames.

Entre as principais reivindicações dos vereadores, a distribuição de medicamentos em bairros onde farmácias foram fechadas, principalmente em áreas da zona rural, o secretário declarou que está visitando os locais para conhecer de perto a situação e algumas medidas foram tomadas como a contratação de quatro dos cinco farmacêuticos do quadro de assistência que estava em déficit. A quinta vaga também estava preenchida, mas houve desistência do servidor, e a Prefeitura deve proceder a mais uma contratação. Outra alternativa adotada, disse Vitor Santos, é a entrega de remédios por meio do que chamou de “delivery”.   

Ainda sobre medicamentos, o responsável pela pasta da saúde e os membros da Comissão abordaram os produtos judicializados, que correspondem a 4.1% de todo o orçamento da Saúde, bem próximo do que é investido em medicamentos padrões 5.7%. Ele citou a desproporcionalidade que há entre ambos, ao ilustrar que a lista de judicializados atende em média 3 mil munícipes, enquanto os medicamentos padrões têm um alcance de 297 mil pessoas.

Outra questão que já foi alvo de cobranças por parte da Comissão de Saúde, a situação das ambulâncias, foi pautada na reunião. O secretário citou a aquisição de oito ambulâncias novas, uma de porte grande e sete de porte médio. Também afirmou que uma reforma da Central das Ambulâncias será iniciada em novembro.  

“Foi de extrema importância e necessário à Comissão da Saúde receber o secretário de Saúde, para saber quais são as metas e planejamento para a saúde de Limeira. Ele expôs os desafios na padronização do atendimento nos pronto atendimentos, UBS, necessidade de criar serviço de qualidade através de índices coletados nestes 60 dias de trabalho, criar alternativa na contratação de serviços médicos especializados para desafogar as filas de exames, consultas e cirurgias nos SUS”, descreveu o presidente da Comissão, vereador Dra Rafael Camargo.

Fazendo um balanço do que foi apresentado, o parlamentar destacou os desafios. “São enormes e necessitam do apoio de todos para que haja a mudança na pasta, que julgo ser, a mais crítica em qualquer município. Iremos acompanhar o trabalho dele e certamente ajudá-lo no que for necessário para que tenhamos melhoria na saúde para a população Limeirense”, declarou Dr Rafael.

Fazem parte do colegiado, os vereadores Dr. Rafael Camargo, Dra. Mayra Costa (PPS), Lu Bogo (PR), Dr. Marcelo Rossi (PR) e Marco Xavier (PSB). Também acompanharam a reunião os vereadores Waguinho da Santa Luzia (PPS) e Estevão Nogueira (PRB).

Demandas urgentes

Durante a explanação, o secretário falou o que seriam as demandas urgentes no atual contexto da pasta, entre consultas, medicamentos, exames, ambulâncias. Na primeira, as consultas especializadas têm maior pleito: oftalmologia, dermatologia, ortopedia, endocrinologia, neuroclínico.  Para desafogar as filas, falou em concurso público, já aberto pela Prefeitura, e chamamento para as especialidades.

Entre os exames, ele citou a força tarefa realizada para atender aqueles que necessitam de ecocardiograma, ultrassom aparelho urinário, ultrassom transvaginal, endoscopia, doppler venoso, eletroneuromiografia, holter, polissonografia e densitometria.

Pirâmide invertida 

Ao detalhar a distribuição orçamentária, o secretário descreveu para Comissão que maior parte dos recursos são destinados para RH (37 %), hospitais (35.2 %) e medicamentos padrão (5.7%), respectivamente. O médico usou o termo pirâmide invertida, em relação aos investimentos, uma vez que na parte preventiva da atenção básica e vigilância o curso de 4.3% é menor que a despesa com hospitais.