Valorização da categoria e redução da jornada de trabalho foram assuntos do encontro
Em reunião extraordinária, os vereadores da Comissão de Educação e Cultura receberam Eunice Lopes, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Limeira (Sindsel), e monitores de creches da rede municipal de ensino na noite desta quarta-feira, 22 de agosto. O encontro foi solicitado pela líder sindical para tratar de reivindicações da categoria.
Nicinha explicou aos vereadores que há dez anos monitores da rede pedem a redução da carga horária de trabalho de 40 para 30 horas semanais, além de valorização da categoria, uma vez que foi pedido a eles que se especializassem nas carreiras, e isso foi feito pela maioria, porém não receberam nenhum tipo de contrapartida por isso.
A líder sindical contou aos vereadores que todo ano, no período em que é negociada a campanha salarial entre servidores, sindicato e Prefeitura, o Executivo promete criar uma comissão para estudar a redução da jornada de trabalho dos monitores, porém não avança. “Nos últimos dez anos temos feito negociações com o governo que nos promete criar a comissão, porém não a cria e, quando cria, não nos passa o resultado do estudo”, comenta. Ela também ressaltou que cidades vizinhas já fizeram a redução.
Além das reivindicações quanto a valorização da classe e da diminuição da carga horária, as monitoras também apresentaram reclamações quanto às condições de trabalho nas creches. Monitores falaram sobre a falta de espaço nas creches, excesso de crianças em sala de aula para um único monitor, substituição de professores por monitores em caso de faltas e sobre as doenças que acometem os monitores por conta da atividade profissional.
Quanto às doenças em decorrência da atividade, monitores que estiveram presentes na reunião contaram que são obrigados a sentar no chão nas salas de aula, ou em cadeirinhas projetadas para crianças, o que acaba prejudicando a coluna. Também reclamaram que professores têm direito a um recesso de 15 dias no meio do ano e mais 15 dias no final do ano para amenizar os problemas auditivos causado pelo barulho que as crianças fazem, porém, os monitores têm direito somente a quatro dias no meio do ano e quatro dias no final em caráter de recesso, com isso, segundo os monitores, muitos desenvolvem problemas auditivos, como perda parcial ou total de audição.
Clayton Silva (PSC) lembrou que a Comissão esteve nas creches no início do ano para averiguar as denúncias sobre a qualidade da merenda e que os vereadores constataram que monitores estavam substituindo professores em sala de aula e questionaram a Secretaria de Educação sobre o caso. Em resposta, a Secretaria informou que a situação já estava normalizada. Com as novas denúncias, o vereador propôs que mais visitas sejam feitas para averiguar todas as reclamações dos monitores.
O presidente da Comissão, Wagner Barbosa (PSB), pediu à líder sindical e aos monitores que formalizem todas as demandas em ofício e protocolem na Câmara, assim os vereadores poderão montar um processo para investigar as denúncias. O vereador também propôs que a Comissão envie questionamentos ao Executivo sobre os pontos levantados durante a reunião. E reforçou a necessidade de realizar visitas às creches.
O vereador Waguinho da Santa Luzia (PPS), membro da Comissão de Educação, disse que conhece os problemas enfrentados pela categoria porque tem parentes e amigos que exercem o cargo, e que os vereadores vão ajudar nas negociações com a prefeitura no que for possível, porém legislar sobre cargos, salários e benefícios da prefeitura é de competência exclusiva do Executivo, e qualquer projeto apresentado por vereadores seria considerado inconstitucional, mas que farão de tudo para ajudá-los.
Fazem parte da Comissão de Educação os vereadores Wagner Barbosa (PSB), presidente; Clayton Silva (PSC), vice-presidente; Mir do Lanche (PR), secretário; Darci Reis (PSD) e Waguinho da Santa Luzia (PPS), membros.