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Projeto perpetua nome de Emiliano Bernardo no Teatro Vitória

De autoria do Dr. Marcelo Rossi, propositura acrescenta denominação no teatro, uma das paixões do artista

Data de publicação: 16/08/2018 16:16 | Categoria: Do Gabinete | Fonte: Do Gabinete Parlamentar


Projeto perpetua nome de Emiliano Bernardo no Teatro Vitória
Projeto perpetua nome de Emiliano Bernardo no Teatro Vitória

Valorizar e perpetuar toda a contribuição do limeirense Emiliano Bernardo da Silva à cultura. Esse é objetivo do vereador Dr. Marcelo Rossi, que protocolou nesta quarta-feira, 15 de agosto, na Câmara Municipal, um projeto de lei que homenageia o artista no Teatro Vitória.

Se a propositura for aprovada, o local chamará Teatro Vitória Emiliano Bernardo da Silva. “Emiliano era o dono do maior arquivo de Limeira. Homenageá-lo dessa forma é uma maneira fiel de reconhecer seu trabalho pioneiro em uma das manifestações artísticas pela qual era apaixonado, o teatro”, explica Dr. Marcelo.

Em outro projeto, o vereador institui a Semana de Artes, Cultura e História Emiliano Bernardo da Silva. “A trajetória humilde de Emiliano e sua participação ativa na cultura precisam ser conhecidas pelas novas gerações e perpetuadas na memória de todos”, enfatiza.

Com seu acervo fotográfico, de vídeo, quadros, esculturas e demais trabalhos, é possível conhecer vários momentos da história de Limeira, com destaque para o registro de derbies, eventos tradicionais, como a Festa da Laranja, e outros.

O homenageado se dedicou também ao uso inovador de técnicas artísticas e filmográficas a partir dos aparelhos, imagens e filmes, sendo uma referência na produção de vídeos. Em 1954 iniciou o Cine Foto Clube. Juntamente com outros participantes, lançou quatro salões de arte limeirense com caráter nacional.

Na justificativa do projeto que dará nome ao Teatro Vitória, Dr. Marcelo citou exemplos de superação na vida do artista, que nasceu em cinco de dezembro de 1924, vinte e nove dias depois que ladrões de cavalos tiraram a vida de seu pai. “Enfatizamos isso tudo no projeto porque, embora muitos limeirenses conheçam seu trabalho, nem todos sabem das lutas pessoais que passou ao lado da mãe e da sua vó desde criança, quando trabalhava com a família e era extremamente dedicado aos estudos”.

Uma das suas paixões era o cinema, que apreciava desde pequeno, pois, ia na companhia de uma vizinha e não pagava ingresso. Na adolescência, para pagar a entrada, prestava serviços de varrição, entrega de programação ou fazia compras para a esposa do dono do cinema. Quando jovem, para ficar perto da grande tela, trabalhou como sonoplasta no Teatro da Paz. “Emiliano criava, conhecia e buscava saber de novos movimentos e novas formas do pensar humano: surgiu então o artista”, menciona o vereador, na justificativa do projeto de lei.

Teatro amador

Com base na biografia que consta no Caderno de Memórias (Associação Pró Memória de Limeira), o vereador menciona ainda a sua atuação na música e na produção do teatro. Durante os anos 50, o Nosso Clube e o Ítalo formaram os primeiros grupos de teatro amador da cidade e Emiliano integrava o grupo do Nosso Clube. Pesquisou dramaturgia, técnicas de caracterização, cenografia e se tornou diretor da equipe. Polêmico, provocou até o padre da cidade com outra escolha a frente do seu tempo: a montagem da peça “Divorcista”, de Nelson Carneiro. Logo na divulgação da estreia, a polêmica foi tanta que o tema foi inserido nos sermões, enquetes nos colégios e nas conversas não se falavam em outra coisa.

O pioneiro grupo teatral continuou e montou diversos textos. Entre eles, “Liberdade, liberdade”, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, “Zumbi” e “Morte e vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, além de musicais, comédias de Pedro Bloch e as famosas montagens da história de Cristo e sua Via Sacra. Em 1960, muito católico, depois de dez anos de insistência, conseguiu apresentar pela primeira vez uma procissão ao vivo, quando personagens substituíram andores no Domingo de Ramos.

Emiliano foi casado com Leylah Martensen da Silva, com quem viveu por mais de 67 anos. Teve três filhos: Emiliano, Marcia e Gisele. Faleceu em 9 de abril de 2017, aos 92 anos.

*Informações do Gabinete Parlamentar