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Comissão de Educação ouve nutricionistas sobre o caso da merenda

Servidoras explicaram a licitação, o recebimento e a distribuição de alimentos

Data de publicação: 20/04/2018 14:27 | Categoria: Do Gabinete | Fonte: Do Gabinete Parlamentar


Comissão de Educação ouve nutricionistas sobre o caso da merenda
Comissão de Educação ouve nutricionistas sobre o caso da merenda

Os vereadores da Comissão de Educação e Cultura receberam as nutricionistas Renata Chinelatto de Campos e Cintia Cristiane da Silva e a técnica em nutrição Fabiana de Oliveira dos Santos. Na reunião, realizada nesta quinta-feira, 19 de abril, as servidoras explicaram aos vereadores como é a licitação, o recebimento e a distribuição de alimentos para a rede escolar municipal.

A comissão investiga denúncia do vereador Clayton Silva (PSC) sobre uma suposta falta de alimentos nas unidades escolares e o possível fornecimento continuado de pão com mortadela.

Nesse ponto específico, o vereador Waguinho da Santa Luzia (PPS) questionou as servidoras sobre a situação que a comissão encontrou no Centro de Educação Infantil e Fundamental da Vila Labak. Em visita da comissão, a diretora e a vice-diretora relataram aos parlamentares que desde o início do ano letivo o cardápio do desjejum só tinha pão com mortadela. Elas informaram ainda que havia orientação de preparar geleia com as frutas excedentes, mas essas nunca sobravam.

Segundo explicou Cintia Cristiane, a distribuição de mortadela aconteceu porque houve um problema com a empresa que fornece frios, como queijos, pois estava sem estoque. Após o prazo de tolerância de 15 dias, a empresa ainda não tinha outros frios e ofereceu a mortadela. "Nós enviamos sim a mortadela porque a gente tem o entendimento que era melhor do que o pão puro”, explicou Renata.

O vereador Wagner Barbosa (PSB), presidente da comissão, criticou o processo licitatório que permitiu a Prefeitura aceitar a mortadela, apesar de pedir outros frios. "Eu não consigo entender e aceitar porque depois de 15 dias que se pediu queijo eles não entregam o solicitado, mas a mortadela. Se o fornecedor ganhou uma concorrência para entregar queijo, eu não consigo aceitar que ele não tenha esse produto", disse.

Presidente da comissão, Wagner Barbosa também sugeriu a revisão dos procedimentos.

Já o vereador Clayton questionou se haveria alguma sanção à empresa. Mas, nesse caso da entrega de mortadela, a servidora Renata explicou que não houve intervenção do setor jurídico da Prefeitura. “As servidoras da nutrição não têm culpa do que acontece no processo licitatório, porque demora demais, apesar de elas entregarem todo o quantitativo com antecedência de meses. E quando sai da alçada delas é que se começam o entrave e as dificuldades", ressalvou Clayton.

Sobre as frutas para alimentação e preparo de batido com leite e geleia, as servidoras afirmaram que sempre enviam o alimento em quantidade superior para atender plenamente esses itens. E, em caso de falta, as merendeiras devem sugerir modificação na quantidade. "Nós sempre mandamos frutas para tudo isso. Quando elas recebem, é para elas contarem a quantidade de frutas. E não vou falar para você que todas contam", explicou Renata Chinelatto. "Todas as merendeiras foram capacitadas quando assumiram. Elas estão ali no dia a dia e têm a função de relatar para as técnicas sobre as situações do cardápio", ressaltou Cintia. Segundo ela, as vice-diretoras também tem função de acompanhar o recebimento da merenda.

Por sua vez, o vereador Mir do Lanche (PR) reforçou que há uma falta de comunicação entre as escolas e a Secretaria de Saúde, pois as orientações não estão sendo seguidas. "Esta comunicação está falha, e eu senti isso durante as visitas", avaliou, se referindo às instruções de usar alternativas de cardápios e de recusar alimentos aparentemente inadequados.

Por fim, a comissão decidiu solicitar à Prefeitura cópia integral do processo de licitação e do contrato do fornecimento da merenda em vigor. Além disso, os vereadores vão requerer as escalas de visitas às escolas das nutricionistas, bem como os relatórios técnicos produzidos de 2017 e 2018.

Outras questões - como a validade de produtos, o valor nutricional dos itens ofertados, a dificuldade de aceitação de alunos de determinados alimentos, como o pão integral, a aparência das carnes e as embalagens dos itens alimentícios - também foram abordadas.

Fazem parte da comissão os vereadores Wagner Barbosa (PSB), presidente; Clayton Silva (PSC), vice-presidente; Mir do Lanche (PR), secretário; Waguinho da Santa Luzia (PPS) e Darci Reis (PSD).