A sessão ordinária desta segunda-feira, 17 de abril, contou com a manifestação de estudantes pela garantia do vale-transporte para a rede estadual de ensino. Em nome do grupo, José Airton Mendonça fez uso da palavra no Plenário. "A única solução que a gente quer é o vale-transporte gratuito. Já foi passado para a gente que foi resolvido hoje [segunda-feira, 17], mas estamos indignados porque desde janeiro a maioria está pagando pelo transporte", disse.

Os alunos da rede pública ficaram sem o benefício porque governo estadual atrasou os procedimentos para a contratação da Viação Limeirense – empresa que explora o transporte urbano municipal.

Durante a sessão houve uma conversa entre os manifestantes e o prefeito Mario Botion, na Sala da Presidência da Câmara, com a intermediação do vereador Waguinho da Santa Luzia (PPS).

O orador destacou que alunos deixaram de estudar por não ter condições de arcar com o valor da passagem e citou o caso de sua sala de aula, da qual seis alunos abandonaram a escola. "Custa dois reais a passagem, mas a pessoa não tem condições de pagar porque nós estamos em um país em crise e tem muita gente desempregada ou ganhando o salário mínimo", explicou.

Aos 51 anos, José Airton conta que voltou a estudar, para completar o Ensino Médio, porque precisa do diploma para se encaixar melhor no mercado de trabalho. "Eu consigo pagar dois reais porque tenho uma esposa que me ajuda, senão não pagaria".

A alimentação oferecida pelas instituições de ensino também foi alvo de crítica. Muitas pessoas, disse, jantam na escola porque não têm tempo para voltar para casa, pois saem do trabalho e vão direto para a aula. "Infelizmente nosso Estado desrespeita e desconsidera nós cidadãos", lamentou.

Segundo Airton, apesar de reconhecerem que esta é uma situação da esfera estadual, os estudantes buscaram a Câmara por ser a casa de leis e de cidadania e pediram o apoio dos vereadores. “Eu gostaria de pedir, além do apoio dos vereadores, que vocês olhem para nossos alunos, porque precisamos de educação, mas, para ter educação, precisamos ter escola, e nossas escolas estão horríveis”, declarou. Por fim, o estudante pediu uma reunião extraordinária, na parte da noite, com a Diretoria de Ensino.