Gestos simples podem ocultar violência contra idoso

Além da agressão física, Dr. Marcelo Rossi abordou em palestra violência psicológica, sexual, ambiental e financeira

Data de publicação: 22/03/2018 17:52 | Categoria: Do Gabinete | Fonte: Do Gabinete Parlamentar


Gestos simples podem ocultar violência contra idoso
Gestos simples podem ocultar violência contra idoso

Na semana em que Limeira registrou a morte de uma idosa supostamente decorrente de agressões cometidas pelo próprio filho, a urgência de debater o assunto ficou ainda mais evidente. Na quarta-feira, 22 de março, o vereador Dr. Marcelo Rossi, médico geriatra, abordou o tema na palestra "Violência contra o idoso: Precisamos falar sobre isso" na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes.

O convite havia sido feito em alusão à Campanha da Fraternidade 2018. Dr. Marcelo citou comportamentos que podem indicar violência, como medo de um familiar ou de um cuidador, silêncio, isolamento e olhar para o cuidador ou familiar como se pedisse “autorização” antes de responder às perguntas feitas por terceiros. "Nestes casos, o comportamento do idoso muda quando o suposto agressor entra ou sai do espaço físico onde se encontra", afirma.

É comum ainda a expressão de frases que indicam baixa autoestima "não sirvo para nada" ou "só estou incomodando". "O idoso vítima de violência tende a mostrar medo ou respeito exagerado do suposto agressor", acrescenta.

O suspeito também pode apresentar sinais de que está cometendo negligência, como estresse ou sobrecarga de atribuições, além de dificultar ou evitar que profissionais (médicos, enfermeiros ou assistentes sociais) conversem com o idoso em particular.

Insiste ainda em contestar perguntas dirigidas aos idosos, coloca obstáculos para que se proporcione no domicílio a assistência necessária, mostra descontrole emocional e é excessivamente controlador das atividades cotidianas do idoso. "Além de culpa-lo por tudo o que acontece, inclusive pela sua condição de saúde", enfatiza.

Violência Sexual e Financeira

Além dos sinais visíveis da agressão física ou negligência com alimentação e higiene do idoso, as violências psicológica, sexual, financeira e ambiental foram debatidas.

Com o advento das redes sociais, por exemplo, imagens de conotação sexual que depreciam idosos ficaram mais comuns, bem como práticas forçadas de atos sexuais.

A ausência de estrutura ambiental, como calçadas adequadas ou iluminação pública suficiente, por exemplo, também foram consideradas pelo médico outro tipo de violência, assim como a posse indevida de bens ou recursos financeiros por familiares. "Infelizmente os crimes acontecem em casa em boa parte dos casos, sendo familiares ou cuidadores os principais autores", comentou.

O incentivo à denúncia também foi feito no encontro, onde relatos de idosos, jovens e alunas do Serviço Social da Anhanguera enriqueceram o debate.

O Disque 100 é um serviço gratuito e a identidade de quem denuncia é sempre preservada, assim como no portal http://www.disque100.gov.br.

No ano passado, Dr. Marcelo Rossi protocolou requerimento na Câmara Municipal com pedido de mapeamento dos casos de violência na terceira idade e defendeu a autonomia do idoso como uma das principais formas de prevenção, promovendo sua independência.

*Informações do Gabinete Parlamentar