Proposta da vereadora Erika Tank valoriza participação da mulher na política
A Câmara de Vereadores de Limeira aprovou projeto de lei que dá o nome de “Bosque Prefeita Maria Thereza” ao parque urbano municipal, em homenagem à primeira e única prefeita da cidade, na sessão de segunda-feira, 27 de fevereiro. A iniciativa do Projeto de Lei 332/2017 é da vereadora Erika Tank (PR), a partir de uma consulta feita à população, em 2016, pela Prefeitura.
"Como não havia uma formalização nessa denominação, apresentamos esse projeto de lei. E incluímos o título de 'prefeita' para valorizar ainda mais a participação da mulher na política de nossa cidade", justificou a parlamentar em Plenário. "Esse reconhecimento acompanha o movimento mundial de resgate de grandes mulheres que fizeram diferença em seu tempo, através de suas ocupações políticas, administrativas, sociais e humanitárias, cabendo a nós essa justa homenagem à essa mulher que tanto figurou como exemplo às gerações que a seguiram."
Maria Thereza Silveira de Barros Camargo, além de ser a primeira prefeita de Limeira e do Estado e São Paulo, foi uma das primeiras mulheres a serem eleitas deputadas. Isso em 1935.
Antes, ela já havia assumido a direção da Indústria Machina São Paulo, em 1931, na qual constituiu uma das gráficas mais modernas e completas de todo o Brasil na época. Como parte de sua atividade cívica e tradição política - ela era neta do presidente Prudente de Morais, primeiro presidente civil eleito por voto direto - sua gráfica chegou a imprimir panfletos da revolução constitucionalista.
Foi casada com Trajano de Barros Camargo, fundador da Machina, com quem teve sete filhos. "Além de esposa, como são tratadas as mulheres, ela é uma mulher de muita fibra", destacou Erika.
D. Therezinha, como era conhecida publicamente, também foi responsável pela criação da Escola Profissional Trajano Camargo. Apesar de instituída pelo governo do Estado em 1933, a escola se tornou realidade a partir de seu pedido.
Em 1934, foi nomeada prefeita de Limeira por alguns meses. Ela foi escolhida pelo então interventor federal em São Paulo, Armando de Salles, que mais tarde viria a se tornar governador do Estado. Em 1935, deixou o cargo após ser eleita deputada estadual pelo Partido Constitucionalista, conquistando 223.091 votos. As informações são do Acervo Histórico da Assembleia Legislativa paulista.
O projeto de lei recebeu votação unânime e pronunciamento de apoio de vereadores de todos os partidos. Agora segue para apreciação do prefeito, que pode vetar ou sancionar o PL.