1750 ocorrências de violência. Esse é o quantitativo registrado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Limeira, no período de 1º de janeiro a 31 de julho de 2017. Os dados foram levantados pela Consultoria Técnica Especializada da Câmara e apresentados nesta quinta-feira, 30 de novembro, em entrevista coletiva para a imprensa. A exposição dos números faz parte da programação da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”- criada pela Resolução 599/2015, de autoria da vereadora Erika Tank (PR).

“O levantamento buscou identificar qual o perfil da violência contra a mulher cometida no município. A produção de dados dessa natureza é parte fundamental no planejamento de qualquer ação ou política pública, não só de combate, mas principalmente de prevenção desse tipo de criminalidade. Nesse sentido, a divulgação desses números ganha especial significância, pois colabora para que Limeira - ao ter um diagnóstico deste problema social – possa desenvolver ações preventivas mais eficazes”, ponderou a consultora técnica, Amanda Marques de Oliveira, responsável pelo levantamento e exposição dos indicadores.

O estudo intitulado “O perfil das ocorrências registradas na delegacia de defesa da mulher de Limeira” foi dividido em tópicos como perfil geral de ocorrências, perfil dos registros com vítimas idosas, estupro e estupro de vulnerável. A primeira abordagem mostra que 85% das ocorrências atingem as mulheres. A maioria das vítimas possui idade entre 20 e 49 anos, que representa mais da metade das denunciantes. No quadro da natureza das ocorrências, ocupam o topo ameaça (29%), injúria (24%) e lesão corporal dolosa (16%).

“Os dados mostram que a maior parte dos averiguados é composta por ex-maridos, ex-companheiros, ex-noivos ou ex-namorados das vítimas – totalizando 21% das ocorrências. As ocorrências cujo averiguado é marido, companheiro ou namorado da vítima vem na sequência, com 17% dos registros”, informa a pesquisa, revelando ainda que 63% dos averiguados pela autoria dos casos é do sexo masculino.

Vítima idosa  

Entre as vítimas idosas, 86% são mulheres, maior parte com idade entre 60 a 69. Neste tópico do levantamento, um gráfico mostra que na relação acusado/vítima, 21% dos suspeitos são os filhos e marido/companheiro (21%), seguido de ex-genro/ex-nora (18%). “ Em relação aos tipos de ocorrências mais denunciados, prevalece o crime de ameaça (38%), injúria/calúnia/difamação (22%), e vias de fato (10%). A lesão corporal dolosa e a violência doméstica compõem 10 e 7% dos registros com vítima idosa, respectivamente”, definem os indicadores.