Socióloga fala da manutenção do tema na base comum curricular de ensino
Ideologia de gênero na base comum curricular de ensino foi um dos temas da Tribuna Livre desta terça-feira, 21 de novembro. Debora Mendes, socióloga e professora, discorreu sobre o assunto baseada na dissertação de mestrado concluída por ela na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Segundo Debora, o termo ideologia de gênero se originou de estudos feministas empreendidos entre as décadas de 60 e 70. “Época em que as condições das mulheres eram ainda mais difíceis do que são hoje”. Ela ressaltou que o conceito de gênero masculino e feminino nasceu das diferenças anatômicas dos sexos, mas essas diferenças naturais tornaram-se pretexto para a construção de uma ordem social, onde as mulheres passariam a ocupar lugares e papeis inferiores aos dos homens.
A socióloga defende a manutenção do tema ideologia de gênero na base curricular nacional comum de educação. “Preciso esclarecer que o conceito de ideologia de gênero, presente na base curricular nacional comum, visa a contribuir para a integração, o desenvolvimento da tolerância e a convivência harmônica entre os diferentes grupos que compõem a sociedade moderna”.
E completou: “quando a base curricular nacional comum estabelece como uma de suas competências exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, promovendo o respeito ao outro, sem preconceito de origem, etnia, gênero e orientação sexual, ela não está criando uma ideologia de gênero, pelo contrário, ela está tentando proteger os interesses dos indivíduos que não se enquadram nesses papéis e que, portanto, sofrem inúmeras formas de perseguição e violência dentro do ambiente escolar. Trata-se de uma espécie de bullying, mas com um grau maior, conhecido como homofobia”.
Debora ainda disse que é necessário desmascarar alguns pontos quanto à ideologia de gênero. “A ideologia de gênero não quer acabar com a família, ela quer trabalhar a tolerância, ela quer colocar em pauta a dualidade entre masculino e feminino”, e reforçou que, quando se trata de educação, o diálogo e a tolerância são sempre as melhores opções.