"A cada ano surgem 100 mil novos casos", alerta profissional
A médica e doutoranda em gerontologia, Débora Lee Vianna Paulo, usou a Tribuna Livre da Câmara Municipal, durante a sessão ordinária de segunda-feira, 28 de agosto. O motivo: falar sobre a doença de Alzheimer e o envelhecimento saudável. Com ampla formação na área, Débora explicou que a doença não afeta apenas a memória, mas também o pensamento e o comportamento.
Segundo ela, no estágio inicial do Alzheimer, os sintomas podem ser mínimos, mas pioram com o agravamento da doença e os danos causados ao cérebro. “A taxa do progresso varia de pessoa para pessoa, mas as pessoas com a doença vivem, em média, dez anos após o início dos sintomas.” Os idosos a partir de 65 possuem risco em dobro de desenvolver o Alzheimer, explicou a médica.
“No Brasil, o número de pessoas com doença de Alzheimer já atinge cerca de 1,2 milhão. Apenas metade delas se trata e a cada ano surgem 100 mil novos casos”, alerta. Até 2030, conforme Débora, a estimativa é que esse número dobre. O alerta da médica também se estende ao conhecimento da doença, já que, segundo ela, a cada duas pessoas, apenas uma sabe que tem Alzheimer.
Com a previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que, em 2050, o número de casos aumente em 500% somente na América Latina, Débora reforça que o diagnóstico precoce é importante, ainda que o tratamento não impeça o progresso da doença. “No entanto, há medicamentos para tratar os sintomas de demência, como as confusões mentais.” Atividades físicas e cognitivas contribuem para reduzir esses riscos, segundo ela.
A médica afirmou que as famílias têm muitas dúvidas sobre o tema e acreditam que, por não haver cura, não é necessário tratar. No entanto, Débora lembra que, mesmo assim, é importante que o idoso com Alzheimer tenha a melhor qualidade de vida possível, a partir de ações de prevenção e conscientização sobre a doença. “Há, sim, esperança, principalmente em Limeira.”
Débora afirma que a união da população, profissionais, poder público e vereadores, no sentido de tomar iniciativas em prol dos idosos que têm a doença, é possível que a cidade se torne modelo no combate ao Alzheimer. “Cabe a nós, profissionais, e a vocês, nossos representantes políticos, se atentarem em inserir medidas que contribuam para uma melhor qualidade de vida de nossos idosos e cidadãos limeirenses”, completou.