Renan Venâncio falou sobre a importância do movimento para Limeira
“Em Limeira, as batalhas nasceram da necessidade de se expressar e viver. O que era uma fuga para 15 jovens, se transformou em um evento de grandes proporções.” A fala é de Renan Venâncio que usou a Tribuna Livre na noite de segunda-feira, 17 de julho, para falar sobre a Batalha da Gruta, evento que visa disseminar a cultura rap e hip hop.
Os 15 jovens se multiplicaram em quase mil pessoas por noite, segundo Renan. Para ele, a batalha se tornou símbolo cultural de um dos cartões-postais da cidade, a Praça Toledo Barros. Semanalmente às sextas-feiras, o grupo se reunia para fazer um duelo de rimas.
“Ocupamos uma praça que estava abandonada. Só que não é qualquer praça, pois tem o teatro oficial da cidade, um monumento histórico, a Gruta, e o coreto [onde ocorre a batalha], um lugar onde o público se sente bem e as pessoas em situação de rua se sentem representadas”, afirmou.
De acordo com Renan, Limeira tem dado mais atenção para as culturas em geral, mas isso ainda é insuficiente para a demanda da população. “Hoje, na cidade, existem dezenas de compositores e uma cena muito forte de cultura periférica, e isso não tem espaço.”
Renan lembra que outros jovens passaram a se reunir na praça, mas que a batalha sempre prezou pelo respeito. Reforçou que a intenção do grupo é continuar realizando esse movimento na praça, já que, segundo ele, por conta de problemas pontuais, a apresentação foi suspensa temporariamente.
“Sem ter a pretensão, mudamos a vida de pessoas que nem imaginávamos, desde aquele que tinha medo de expressar suas ideias, e um dia acaba sendo campeão de uma batalha, até uma pessoa em situação de rua que vibra de emoção quando começam as rimas”, relatou.
Renan afirmou, ainda, que é em lugares como esse, na Batalha da Gruta, que surgem compositores, DJs, produtores, fotógrafos, entre outras profissões e que o rap pode mudar a vida das pessoas. “Venho em nome de toda a periferia dizer que estamos aqui, cada vez mais conscientes, e vamos reivindicar nossos direitos.”