Diretora falou sobre o assunto durante Tribuna Livre nesta segunda-feira (10)
“São mais de 120 carinhas, dos mais variados tamanhos e cores, com olhares, miados e latidos que suplicam por carinho, atenção e cuidados diários. ” Essa é a realidade do canil e gatil municipal, trazida por Cristiane Paggiaro Kucska Masutti, na Tribuna Livre desta segunda-feira, 10 de julho, na Câmara Municipal. Ela é diretora do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal, da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente.
Esse número de animais abrigados no local, entre cães e gatos, pode não ser o mesmo amanhã, já que, segundo Cristiane, devido ao abandono, esse número é crescente. “As pessoas descartam animais com a mesma tranquilidade com que descartam um objeto indesejado.” Nas ruas, a realidade desses animais é alarmante, conforme relatou, já que estão sujeitos a adversidades como o frio, a fome, atropelamentos e maus-tratos.
Cristiane também usou o espaço para mostrar um pouco do trabalho do bem-estar animal. “A função primordial desse departamento é buscar soluções e políticas públicas que garantam o bem-estar de todos animais da nossa cidade”, frisou. Ela explicou que o setor que coordena visa a integração com a promoção do bem-estar animal, humano e da sustentabilidade.
Zoo
O departamento de Cristiane também coordena o zoológico municipal. Segundo ela, o núcleo de educação ambiental do zoo recebe diariamente escolas de Limeira com o objetivo de mostrar, entre outras coisas, o trabalho de recuperação dos animais que chegam em más condições, como doentes, oriundos de áreas de desmatamento, e até de tráfico de animais. “Grande porcentagem dos animais que vivem no nosso zoo chegou dessa forma”.
De acordo com a diretora, o objetivo de mostrar isso para os visitantes é lembrá-los de como as ações do homem podem prejudicar os animais. “O nosso zoo vem se firmando como um centro de recuperação da fauna local e objetivo principal passa a ser a informação e a conscientização da população, tendo ela como aliada da preservação ambiental e não simplesmente um local de lazer”, disse.
“Alguns têm a sorte de serem adotados e, a exemplo dos seres humanos, a preferência é pelos bebês perfeitos e branquinhos. Sim, existe também a discriminação na adoção animal.” Conforme Cristiane, existem providências que devem ser tomadas para que se obtenha resultados de médio a longo prazo, como a castração, a educação para posse responsável e combate ao abandono.
Castração
Cristiane afirmou que desde março de 2017, o departamento passou a realizar cinco castrações por dia, aumentando o serviço e atendendo, principalmente, animais de rua. “Uma única fêmea solta nas ruas tem a capacidade de gerar 67 mil filhotes em seis anos”, alertou. Esses animais, segundo ela, chegam ao departamento por meio de resgates do departamento, protetoras independentes e através de ONGs da cidade, como a Alpa (Associação Limeirense de Proteção a Animais), Gpac (Grupo de Proteção aos Animais Carentes) e Associação Amigos dos Animais.
Consultas
Cristiane afirmou, também, que são oferecidas 15 vagas de castração semanalmente paras essas ONGs e que, diariamente, são disponibilizadas dez consultas veterinárias para a população, no sentido de orientar, mediante senha na portaria do departamento.
Segundo ela, essas consultas são condicionadas a uma palestra em que são passados todos os deveres do tutor responsável, cuidados sanitários, importância da vacinação e legislação contra maus-tratos e abandono. Além disso, quem leva o animal para consultar deve fazer a microchipagem, que coíbe o abandono.
Por fim, Cristiane falou que o departamento também tem feito palestras com profissionais especializados sobre problemas e soluções, além de feiras de adoção e microchipagem gratuita nos bairros, durante o projeto Prefeito no Bairro, para levar o serviço até a população que não pode levar o animal até o departamento. “O abandono é crime. Pela lei federal 9605/98, é previsto de três meses a um ano de detenção. ” Segundo ela, há muito ainda a ser feito pelos animais. “Pedimos aos vereadores um olhar de compaixão para eles e convidamos todos a conhecer nosso trabalho”, concluiu.
O Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal fica na rua Professor Sólon Borges dos Reis, 251, jardim Campos Elíseos. O telefone é 3443-1606.
Veja a íntegra do pronunciamento: