O dispositivo de segurança conhecido como “botão do pânico” que será destinado às mulheres vítimas de violência em Limeira será conhecido como “Programa Priscila Munhoz”. É o que propõe a vereadora Erika Tank (Pros), por meio de uma emenda ao projeto de lei que tramita na Câmara, visando humanizar o programa e homenagear a jovem vitimada aos 26 anos de idade pelo ex-namorado, em 2013.

Em 22 de outubro daquele ano, Priscila foi assassinada por Nelson dos Santos, de 29 anos, com um tiro na cabeça, dentro de uma loja no Centro da cidade. Ela já havia registrado boletim de ocorrência contra o assassino por ameaças e afirmado à Polícia Civil que o homem disse a funcionários de uma clínica, onde estava internado, que iria matá-la e depois ele se mataria.

Após a denúncia, a jovem obteve na Justiça uma medida protetiva que proibia o ex-namorado de se aproximar dela, podendo ser preso caso descumprisse a ordem judicial, o que não o impediu de cometer o crime e se suicidar em seguida.

“Ao colocarmos um nome, uma face, uma personificação de alguém em um programa de proteção como esse, estamos lembrando que sua necessidade existe, é real, está nos corredores das cidades, nas histórias familiares, no abafar de cada voz. É fazer com que uma ação enviesada nos preceitos mais machistas, possessivos e desumanos não sejam pormenorizadas em crimes passionais, transformadas em fatos que se tornarão apenas parágrafos de nossa civilidade destruída”, reforçou Erika.

O botão do pânico é uma luta antiga da vereadora e trata-se de um aparelho que permite à vítima de violência doméstica e familiar acionar um dispositivo que informa às autoridades policiais sobre a agressão, com informações sobre a localização exata da vítima. A tecnologia permite, inclusive, acesso ao áudio do ambiente, desde que autorizado pela Justiça.

As que recebem o dispositivo possuem medida protetiva, passam por treinamento de utilização e assinam Termo de Compromisso quanto ao seu uso. O aparelho é acoplado a um cinto que pode ser encaixado em qualquer parte do corpo. Quando o portador não utilizar o carregador do equipamento, um dispositivo alerta a central de monitoramento que envia imediatamente uma mensagem para o contato telefônico da pessoa. Caso não entre em contato ou não carregue a bateria após três mensagens de aviso, uma viatura é enviada até a residência.

“Garantiremos, assim, que cada mulher que fizer parte desse programa possa representar um pouco de Priscila perante as mazelas cometidas em nome de um comportamento que tanto buscamos combater e erradicar de nossa sociedade. Que não nos esqueçamos de Priscila para que assim possamos fortalecer nossa luta por justiça”, lembrou Erika, que esteve com a família da jovem na última sexta-feira, 15, pedindo autorização para realizar tal homenagem. O projeto deverá ser votado na próxima segunda-feira, 25, durante a Sessão Ordinária do Legislativo limeirense.

***Informações do Gabinete da Vereadora Erika Tank (Pros).